Arame farpado, conhecimento e desenvolvimento no Sudoeste de Angola (c. 1960-1974)

Cláudia Castelo

Resumo


Este artigo discute o papel das vedações de arame farpado como ferramenta e símbolo do “desenvolvimentismo repressivo” do colonialismo português, em terras áridas e semiáridas do sudoeste de Angola, no final
do período colonial (década de 1960 - início dos anos de 1970). Baseia-se em contributos literários, técnicos e científicos que, à época, refletiram sobre o impacto do sistema pecuário comercial na paisagem, nas práticas de criação de gado (mormente, a transumância) e modos de vida dos povos (agro-pastores) daquelas regiões, e a resposta resiliente destes últimos. Conclui que as análises e propostas dos técnicos da Missão de Inquéritos Agrícolas de Angola, baseadas em “conhecimento vernacular”, apontaram para um modelo alternativo de desenvolvimento, na senda do atual ideal de desenvolvimento sustentável.

Palavras-chave: Arame farpado, desenvolvimento, pastoralismo.


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