“Mas, esta prova não avalia conhecimentos!” – O (des)interesse pelos Exames Nacionais
Resumo
Por muito que se possa argumentar sobre a importância dos Exames Nacionais para avaliar o sucesso/insucesso dos alunos e aferir a qualidade do ensino (português), todos temos consciência que não há sistemas de avaliação perfeitos e os que possuímos dividem a comunidade escolar, sendo perspetivados como mais (in)justos e (in)verosímeis.
Partindo de questões problemáticas como “Em que medida é que os Exames Nacionais refletem uma conceção problematizadora para os nossos alunos?” ou “Preparam-se as aulas e o ano letivo em função dos Exames Nacionais ou das prioridades e das dificuldades das nossas turmas?”, tanto os alunos do 11º ano de escolaridade da Escola Secundária António Nobre (Porto), através da aplicação de um inquérito por questionário, como as docentes da disciplina de Geografia da mesma instituição, através da realização de uma breve análise S.W.O.T., manifestaram as suas posições relativamente ao tema em causa.
É de se realçar que, embora com reações, opiniões e perspetivas muito diferentes, uma coisa é certa: a avaliação assume-se como um elemento integrante e regularizador da prática educativa. Nesta medida, o melhor que poderemos fazer é encarar os Exames Nacionais dos Ensinos Básico e Secundário numa perspetiva de sucesso, de progressão e de prossecução dos objetivos individuais de cada aluno e não julgados como meros agentes de seleção, de exclusão e de insucesso.
Texto Completo:
PDFReferências
Afonso, A. (2009) – Nem tudo o que conta em educação é mensurável ou comparável. Crítica à accountability baseada em testes estandardizados e rankings escolares. Revista Lusófona de Educação, nº13, pp.13-29.
Alves, J. (2014). Exames: Mitos e Realidades. Melhorar a escola - Sucesso escolar, disciplina, Motivação, Direção de Escolas e Políticas Educativas. E-book Universidade Católica do Porto. ISBN:978-989-96186-4-0.
Alves, M. (2008). Os Exames no Ensino Secundário como Dispositivo de Regulação das Aspirações – A ficção meritocrática, a organização da hipocrisia e as acções insensatas. Porto: UCP.
Carvalho, Marisa Simões (2010). Perpsetivas sobre a influência parental na execução de planos de carreira no ensino secundário. Revista Análise Psicológica. 2 (XXVIII): 333-341.
Claudino & Xozé (2009). Exames de Geografia, programas e inovação didáctica. Comunicação apresentada no IV Congresso Ibérico de Didática da Geografia.
Dale, R. (2004) - Globalização e educação: demonstrando a existência de uma “cultura educacional mundial comum” ou localizando uma “agenda globalmente estruturada para a educação”? Educ. Soc., Campinas, vol. 25, n. 87, pp. 423-460,
Fernandes, D. (2009). Avaliar para aprender: fundamentos, práticas e políticas. São Paulo: Editora UNESP.
Fernandes, D. (2007). A avaliação das aprendizagens no Sistema Educativo Português. Educação e Pesquisa. São Paulo. Volume 33. Nº.: 3. Pp.: 581-600.
Ferreira, C. (2015) - A avaliação das aprendizagens no ensino básico português e o reforço da avaliação sumativa externa. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 41, n. 1, pp. 153-169.
Ferreira, S. & Morais, A. (2013). Exigência conceptual do trabalho prático nos Exames Nacionais: Uma abordagem metodológica. Revista Olhar de Professor. 16 (1). Pp.: 149-172.
Fiolhais, C. (2012). Prefácio. In. J. Karpicke, H. Sousa, L. Almeida A avaliação dos alunos. Fundação Francisco Manuel dos Santos, pp.7-13.
Guimarães, E.; Morgado, J. (2016) - Currículo e avaliação: os testes estandardizados. RBPAE, v. 32, n. 2, pp. 373 – 392.
Kreppner, K. (2000) - The Child and the Family: Interdependence in Developmental Pathways. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Vol. 16 n. 1, pp.11-22.
Landsheere, G. (1979). Avaliação contínua e exames: Noções de Docimologia. Coimbra: Almedina.
Lopes, A.; Braña López, S. (2010) – A performatividade nas políticas de currículo: o caso do ENEM. Educação em Revista, V.26, nº1, pp.89-110.
Melo, M. B. P. (2007a). Educação e mass media na modernidade: efeitos do ranking escolar em análise. In Maria M. Vieira (Org.). Escola, Jovens e Media (pp. 67-94). Lisboa: ICS.
Morais, A. (2006). O Ranking da desigualdade. Centro de Investigação em Educação. Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Moreira, T. (2016). Os exames nacionais de História A e de Geografia A do Ensino Secundário em Portugal (2005-2015): estrutura, conteúdo e problematização. Relatório da Atividade Profissional apresentado à Faculdade de Letras da Universidade do Porto no âmbito do Mestrado em Ensino de História e Geografia no 3º ciclo do EB e ES.
Oliveira, M. (2010). Relação Familia-Escola e Participação dos Pais. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada ao Instituto Superior de Educação e Trabalho. Lisboa.
Pacheco, J. (2012). Avaliação das aprendizagens: políticas formativas e práticas sumativas. Encontros de Educação. Secretaria da Educação, Governo Regional da Madeira. http://hdl.handle.net/1822/21170.
Pacheco, J.; Marques, M. (2015) - Formação, conhecimento e trabalho docente em tempos de
regulação avaliativa externa. Trabalho & Educação, Belo Horizonte, v.24, n.2, pp. 35-55.
Preto, A. (2008). Ensino da Biologia e Geologia no Ensino Secundário: Exames e Trabalho Experimental. Dissertação de Mestrado em Educação apresentado à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Picanço, A. (2012). A relação entre a escola e a familia: as suasimplicações no processo de ensino-aprendizagem. Dissertação de mestrado aprensentada à Escola Superior de Educação João de Deus, Lisboa.
Rodrigues, A. & Esteves, M. (2012). Exames Nacionais e Contextualização no Ensino da História. Revista Interações. Nº 22. Pp.: 135-162.
Rosenkvist, M. (2010) - Using student test results for accountability and improvement: a literature review. OECD Education Working Paper nº 54. Disponível em: http://www.oecd.org/officialdocuments/publicdisplaydocumentpdf/?cote=EDU/WKP(2010)17&doclanguage=en. Acesso 18-02-2017.
Sampaio, D. (2011). Da Família, da Escola, e Umas Quantas Coisas Mais. Lisboa, Editorial Caminho.
Seabra, T. (2009). Desigualdades Escolares e Desigualdades Sociais. Revista Sociologia: Problemas e Práticas. N.º 59. Pp.: 75-106.
Sousa, H. (2012). Exames nacionais: instrumentos de regulação de boas práticas de ensino e de aprendizagem? In. J. Karpicke, H. Sousa, L. Almeida A avaliação dos alunos. Fundação Francisco Manuel dos Santos, pp.41-69.
Sousa, J. (2012). A importância da familia no processo de desenvolvimento da aprendizagem da criança. Artigo apresentado à Universidade Estadual Vale do Acaraú como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Fortaleza.
Vieira, I. (2015). Uma avaliação do processo de seleção de candidatos ao Ensino Superior. Comunicação apresentada na conferência Acesso ao Ensino Superior, desafios para o século XXI. Universidade de Évora.
Vieira, I. (2013). A autoavaliação como instrumento de regulação da aprendizagem. Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Supervisão Pedagógica à Universidade Aberta de Lisboa.
Apontadores
- Não há apontadores.
