O jogo didático nas aulas de História e Geografia

Adriana Carvalho

Resumo


A aplicabilidade do jogo didático não é recente, apesar de ainda hoje ter uma utilização reduzida, alegando os professores a falta de tempo e a dimensão dos programas curriculares como fator restritivo à sua prática. Porém, quando se recorre ao jogo como estratégia de ensino-aprendizagem, os alunos sentem-se compelidos a descobrir e a interagir, pelo que o acto de jogar constitui uma estratégia que favorece a construção e apropriação dos conhecimentos, para além de promover a sociabilidade entre os alunos e permitir trabalhar o espírito de competição e a cooperação.

O presente artigo surge no seguimento do relatório de estágio curricular apresentado no âmbito do Mestrado em Ensino da História e Geografia no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, abordando precisamente a aplicabilidade do jogo didático nas disciplinas em questão. A investigação foi estruturada em duas fases essenciais, iniciando-se pelo enquadramento concetual do tema, designadamente sobre a importância do jogo didático e as suas mais-valias em contexto de sala de aula. A segunda fase, de carater empírico, foi dedicada à aplicação de jogos didáticos em várias turmas, a que se seguiu a realização de um inquérito com o objectivo de aferir a perceção dos alunos sobre a importância destas metodologias.

Culminando com a construção de um jogo didáctico, o nosso estudo permite concluir que o recurso ao ‘lúdico’ funciona muito melhor como estratégia de desenvolvimento de conteúdos, do que como estratégia de motivação ou de consolidação. Para além disso, e mostra-se particularmente estimulante para as faixas etárias mais novas, e embora os jovens adolescentes não os desvalorizem ou invalidem, exigem do professor a procura de jogos e desafios que lhes sejam adequados.


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