Para uma abordagem sitémica da crise da escola
Resumo
Os autores reflectem sobre os limites de uma análise do sistema de ensino que não seja capaz de valorizar o vasto conjunto de condições sociais – pressões económicas, peso das lógicas urbanas de acesso ao alojamento, alargamento da base de recrutamento a grupos sociais oriundos de meios populares desfavorecidos, etc. Estes factores “exteriores” à escola influenciam de modo decisivo a acção das instituições e outros agentes educativos, assim como as possibilidades de democratização efectiva do ensino. As medidas políticas de compensação revelam-se assim simples medidas de remedeio, em que um dos fundamentos ideológicos tende a considerar os estabelecimentos de ensino e os professores como os grandes responsáveis da derrota da escola. Na ausência de uma compreensão dos factores sociais que se repercutem no acesso e sucesso educativos, corre-se, segundo os autores, o risco de abdicar de aperfeiçoar as aprendizagens propriamente escolares e de contribuir de modo efectivo para o combate contra as desigualdades sociais.
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