Percepção, interpretação e vivência estética segundo Agostinho de Hipona: uma estética do homem integral
Resumo
Partindo de antropologia unitária e integradora, este artigo pesquisa as relações entre percepção e interpretação do belo multiplamente presente no cosmos, nas obras dos artistas e no homem interior. A vivência estética, tema do presente estudo, é formadora da pessoa e supõe operação e integração das faculdades anímico-corpóreas. A partir de um exame das relações entre as faculdades da mente, este artigo salienta, igualmente, o caráter intencional da percepção, do conhecimento e da experiência estética. Se a percepção já é ação intencional e espiritual, contudo, a vivência estética encontra seu termo quando, ao interpretarmos o belo sensível segundo critérios inteligíveis, nos dirigimos a Deus, Suma e Inefável Beleza. A ação estimativa estética, finalmente, é vital à educação da pessoa humana, pois conecta humano, divino e cósmico. O esteta atento, desde a vivência do belo, educa-se e responsabiliza-se na direção do amor e cuidado para com a beleza da criação de Deus. Amar e compreender o belo, portanto, educa afetos e razão, permite abertura às outras criaturas e a Deus, incentiva o cuidado.
Palavras-chave: Faculdades corpóreo-espirituais, dados sensíveis e inteligíveis, percepção e interpretação, estimação estética, belo, intencionalidade, Sumo Belo, educação.
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