Hermenêutica e estilo literário no “primeiro” e “segundo Agostinho”
Resumo
Os diálogos de Cassicíaco (redigidos entre novembro de 386 e março de 387) e os que se seguem a esses – Agostinho escreveu nove diálogos; o De magistro, redigido entre 388 e 391, é o último –, em muito semelhantes aos diálogos platônicos, quanto ao estilo, são chamados de “diálogos filosóficos” – por reterem o maior número de referências aos platônicos ou à “família philosophia”. Quando redigiu os diálogos de Cassicíaco, o Hiponense contava com apenas 32 anos; era um jovem e recém-convertido, preparando-se para o batismo. Transpareceria aí, para alguns, o otimismo e a vivacidade argumentativa do jovem professor de Retórica, afeito à dialectica. Daí a naturalidade de certos “vacilos mentais” que, depois, serão tratados mais firmemente, ou corrigidos, em obras de maturidade. Alguns autores (Giovanni Catapano, H. Ritter, Martin Baumgartner, Bento Silva Santos, etc.) valendo-se disso, falam de um “primeiro Agostinho”, otimista e dado à filosofia, e um “segundo Agostinho”, bispo, pessimista e crítico do platonismo (onde vê mais erros a serem combatidos que acertos a serem absorvidos), defensor obstinado das doutrinas do pecado e da graça, como substitutos ontológico-argumentativos à sua intenção primeira e, então, dominante: a apreciação e a exposição da doctrina christiana, que é vera religio e, logo, vera philosohia. Aqui, tratamos sobre essas questões, ligando-as à hermenêutica e ao estilo composicional do autor referido.
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