E, NO ENTANTO, ELES FALAM…: memória, identidade e alteridade
Resumo
Resumo: É desejável, e mesmo necessário, que se faça silêncio nos espaços de leitura das Bibliotecas, para que os leitores possam concentrar-se; que as Bibliotecas sejam lugares onde não haja perturbação alguma que desvie, abusivamente, a sua atenção. Todavia, não há Biblioteca no mundo onde seja possível mantê-lo. Considerando a raiz etimológica do termo, logo se percebe que os livros estão no seu cerne. Os livros têm vida própria. Acima de tudo, têm voz; afirmam-se e falam entre si. Se apenas falassem entre si, talvez, de vez em quando, nos fosse possível encontrar o silêncio procurado. Mas existem os leitores que falam com eles e sem cuja presença os livros não podem passar. “O leitor escreve para que seja possível” (Manuel Gusmão). Autores e leitores são indissociáveis. É da sua qualidade de seres interdependentes, eternamente votados à partilha do mundo, que vivem as Bibliotecas. Recuperando passagens de alguns escritores, são apresentados testemunhos de cumplicidades, provando que o silêncio não é possível numa Biblioteca. Nos espaços onde coabitam livros e leitores, mesmo que sejam lugares em que apenas encontremos um só livro e um só leitor, as palavras ecoam. É que, se esta não fosse a tónica, o mundo não era nada.
Palavras-chave: Leitores; Memória; Silêncio
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