A Investigação em Literacia Informacional: abordagem a partir de um projeto de âmbito nacional

Armando Malheiro da Silva, Viviana Fernández Marcial, Fernanda Martins

Resumo


A literacia informacional (LI) tem vindo a impor-se como uma importante problemática no campo da Ciência da Informação. Na análise da literatura surgem quatro linhas fundamentais de pesquisa, nomeadamente, de caráter teórico, de interface entre os estudos de cariz mais epistemológico e uma visão mais prática de pesquisas em que se estudam os níveis de competência informacional de diferentes faixas etárias. Entre 2007 e 2010 desenvolveu-se um projeto - A literacia informacional no contexto do Espaço Europeu do Ensino Superior: estudo das competências informacionais em Portugal (elit.pt) - que se enquadra neste último tipo de trabalhos. Pretendia-se compreender como os estudantes universitários enfrentam as competências de informação exigidas pela criação do Espaço Europeu do Ensino Superior (EEES). Neste artigo apresenta-se a experiência da equipa de trabalho em termos da metodologia de investigação utilizada para analisar as competências informacionais com o propósito de refletir sob as particularidades e dificuldades de investigação neste campo. A pesquisa desenvolvida teve algumas peculiaridades que a distinguem de outros estudos de LI na medida em que se construiu um enquadramento teórico que fundamentou a prática, se analisou uma ampla amostra em nível nacional e se utilizou uma metodologia que recorreu a métodos qualitativos e quantitativos. Assim, avaliou-se a aptidão e a atitude de estudantes do ensino superior em relação à literacia da informação, mas também dos estudantes do ensino secundário, uma vez que se considerou a educação como um sistema e, consequentemente; se entende que as competências adquiridas em este nível determinam o comportamento de informação posterior. Partiu-se ainda do pressuposto de que os níveis de LI poderiam ser potencialmente diferente em áreas geográficas distintas de Portugal, tendo-se realizado o estudo numa escala nacional, de modo a permitir comparações entre regiões com diferentes níveis de desenvolvimento. Recorreu-se inicialmente ao método qualitativo (através de grupo de foco e entrevistas) o que permitiu obter indicadores preciosos sobre as expectativas, as necessidades e o uso da informação por parte dos estudantes. Esses indicadores foram posteriormente utilizados na elaboração do questionário, que foi aplicado em dez escolas secundárias e dez escolas de nível superior (Politécnico e Universitário) e que obteve tratamento quantitativo. Este questionário era constituído por 54 itens com um grupo central e questões transversais. O tratamento de dados estatísticos permitiu, nomeadamente, comparar os resultados de alguns grupos (sexo, nível de ensino secundário e superior, ensino universitário e politécnico, diferentes licenciaturas ou áreas de ensino e regiões do país). No presente artigo apresentam-se as opções metodológicas da pesquisa refletindo igualmente sobre algumas das suas limitações e salienta-se a importância de se desenvolverem métodos eficazes para a investigação em LI.

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