Pancho Guedes, um arquitecto em Moçambique – pré-sustentabilidade ou intuição tectónica

Miguel Fernandes Santiago

Resumo


As vivências de Pancho Guedes foram múltiplas e diversas tanto no tempo como no espaço; esta dimensão nómada propõe e intensifica uma epistemologia abrangente e complexa, baseada nos valores locais e num conhecimento profundo da história.
A permanência eclética do seu discurso permitiu um estilo reconhecível – homogéneo – na complexidade e multiplicidade das “famílias” arquitectónicas, mantendo, simultaneamente, o equilíbrio entre um vocabulário próprio e um “ecletismo”, sem nunca descurar uma direcção muito pessoal. Dependendo das características do programa, das “imposições” do cliente e das contingências do processo, a sua obra possui, com maior ou menor evidência, aspectos universais, intemporais e poéticos mas também a influência do mundo colonial através dos sistemas de proporção autóctones, da métrica e de um topos que evidencia os valores sócio-culturais de determinada região, povo ou país.


Palavras-chave: Pancho, desenho, construção, erudito, popular, economia.


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