«Evangelium eternum. A hermenêutica condenada de Joaquim de Fiore»
Abstract
A polêmica expressão Evangelium eternum, tomada do Apocalipse de São João, foi acunhada pela obra do abade Joaquim de Fiore, escrita ao nal do século XII. A sua popularização – e posterior condenação –, ao que tudo indica, se deve mais ao polêmico Liber introductorius in Evangelium eternum, do jovem franciscano Geraldo de Borgo San Donnino, publicado em 1254, um ano depois condenado como herético, queimado e até hoje desaparecido. A análise medieval mais contundente da teoria do Evangelho Eterno foi realizada por uma comissão eclesiástica reunida em Anagni entre 1254-55, a pedido do papa Alexandre IV, do que resultou a condenação por prática de heresia.
A pergunta que propomos inicialmente, desde a perspectiva da revisão historiográ ca, é a seguinte: até que ponto o chamado Evangelho eterno, propagado de diferentes modos ao longo do pensamento ocidental, tem amparo teórico na obra de Joaquim de Fiore. Mais importante ainda é uma questão atual que queremos revisar: em que, de fato, a proposta joaquimita implica na superação do Evangelho de Cristo e, em suma, do próprio cristianismo.
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