A freguesia da Sé De Lisboa : demografia e sociedade (1563-1755)
Resumo
A exploração dos registos paroquiais de baptismos, casamentos e óbitos da freguesia da Sé de Lisboa, desde meados do século XVI a meados do século XVIII, com base na metodologia de reconstituição de paróquias de Norberta Amorim, viabilizou a análise de comportamentos demográficos da sua população, antes do grande terramoto ocorrido nesta cidade, e uma aproximação à realidade social da paróquia, através dos dados qualitativos, como cargos, condição e profissões. Situada num local central, próximo da Ribeira e do Tejo, a Sé foi um dos primeiros espaços urbanizados de Lisboa e uma das maiores freguesias desta cidade. Segundo Cristóvão Rodrigues de Oliveira, a sua população situava-se nas seis mil cento e oitenta e sete almas e setecentos e dezoito vizinhos, em 1551. Em 1620, Frei Nicolau de Oliveira, apresentou-a como a sexta maior de Lisboa e a maior das sete freguesias da Cerca Moura. Pela análise demográfica, observámos tratar-se de uma freguesia urbana com uma forte mortalidade e mobilidade, compreensível pela sua localização junto ao porto de Lisboa, num período em que a capital vivia tempos áureos, devido ao comércio marítimo. Percebemos que as idades médias femininas e masculinas ao primeiro matrimónio eram baixas, mas a grande percentagem dos casamentos aí realizados envolviam nubentes não naturais da paróquia, vindos de uma diversidade de pontos do país, sobretudo do norte, mas também do estrangeiro.
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